Síndrome Inflamatória Multissistêmica

Desde os primeiros casos de COVID-19 relatados na China em dezembro de 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já contabiliza mais de 56 milhões de casos e 1,3 milhões de mortes no mundo até 20 de novembro 2020. Felizmente, os casos pediátricos observados são infinitamente menores que os casos de pacientes maiores de 18 anos. No Brasil, a taxa de infecção nas crianças menores de 9 anos de idade é de 2,4% e aumenta para 4,6% para pacientes de 10 a 19 anos. Nos Estados Unidos, a taxa de infecção da população pediátrica pelo SARS-CoV-2 é de 1,7% dos casos registrados, sendo que, na China, essa taxa era de 1% e, na Itália, de 1,5%. Os fatores que contribuíram para a baixa taxa de infecções na população pediátrica ainda são desconhecidos.

Em abril e maio, surgiram inúmeros relatos de casos graves de doença inflamatória aguda na população pediátrica, com apresentações clínicas muito semelhantes à Doença de Kawasaki (doença inflamatória aguda e grave, mais comum nas crianças com menos que 5 anos de idade). As crianças apresentavam febre alta, lesão na mucosa oral, dor abdominal, manchas pelo corpo e casos mais graves com disfunção cardíaca. Infelizmente, algumas crianças evoluem com complicações cardíacas graves: aneurisma coronariano e miocardiopatia.

Os testes para COVID-19 observaram que a maioria desses pacientes teve contato com casos confirmados do COVID ou já tiveram doença 2 a 4 semanas antes. Atualmente, a síndrome é considerada um processo inflamatório pós-infecção denominado Síndrome Inflamatória Multissistêmica. A causa da síndrome ainda é desconhecida. Os casos suspeitos devem ser avaliados pelos médicos e a internação hospitalar é necessária na maioria dos casos.

Os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o diagnóstico da Síndrome Inflamatória Multissistêmica são:

– febre ≥ 3 dias;

– nenhuma outra causa de inflamação microbiana;

– evidência de COVID-19;

E dois dos seguintes sintomas:

– exantema( manchas vermelhas) e mucosite;

– hipotensão ou choque;

– disfunção cardíaca;

– alteração de coagulação;

– problemas gastrointestinais agudos.

Não há tratamento específico. Existem várias opções terapêuticas para amenizar o intenso processo inflamatório, como imunoglobulinas endovenosas, corticoides e ácido acetilsalicílico (AAS).


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